"eu defenderei até a morte o novo por causa do antigo e até a vida o antigo por causa do novo.
O antigo que já foi novo é tão novo como o mais novo."
Augusto de Campos (Verso, reverso, controverso)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Outras Maringá - II

A Saga da Cabocla Maringá tem como pano de fundo a seca, em seu aspecto mais degradante: a miséria desassistida, o êxodo debaixo do sol causticante, a vegetação desolada, a fome pungente que deixa homens e animais em estado deploráveis, a grande desigualdade social; Dentro de um misto de ficção e realidade, o romance nos leva para o começo do século XX, onde se desenrola a história, parte na zona rural e pelas ruelas da velha cidade de Pombal na Paraiba.  O lançamento será em breve na cidade de Pombal pelo escritor e engenheiro civil pombalense Jerdivan Nóbrega de Araújo.

Outras Maringá - I

O folclore sertanejo
É rico em variações
Precisa ser resgatado
Valorizando os sertões
Tantas lendas esquecidas
Inocências corrompidas
Destruindo as tradições.

Desde outras gerações
Se cultiva a tradição
Mas pouco a pouco se acaba
Crença, fé, religião,
Os costumes vão mudando
Pureza vai se acabando
Por tanta renovação.

Tendo por inspiração
As coisas do meu lugar
Resgato com meus cordéis
A cultura popular
Do jeito quer sei fazer
E neste vou escrever
A lenda de Maringá.

Antes preciso falar
De onde essa lenda saiu
A origem desse nome
Como foi que ela surgiu
A dimensão que tomou
E o sucesso que emplacou
Dentro e fora do Brasil.

Onde a verdade surgiu
A mentira sempre emana,
Associam Maringá
À região curitibana,
Mas que a verdade se exiba,
Maria era Paraiba
E a lenda paraibana.

O Nordeste vira chama
No período de estiagem
Que às vezes dura anos
Secando toda a paisagem
Quando a seca nos castiga
Só resta morte e fadiga
Provocando a derrocagem.

Existe muita vantagem
No nordeste de hoje-em-dia
Mas no século dezenove
Essas coisa não havia
Quando secava o sertão
Não havia solução,
Só migração resolvia.

A família de Maria
Cujo pai era um vaqueiro
No agreste paraibano
Terra de gado leiteiro
Habitava no Ingá
Mas o pai a trabalhar
Nunca tinha paradeiro.

Certa vez um boiadeiro
O contrata para ir
Com a sua comitiva
Pra muito longe dali
Fazer uma condução
De gado para o sertão
Comprado no Piauí.

O vaqueiro a decidir
Reúne seu pessoal
Estava determinado
Morar em outro local
Mais perto de sua trilha
E muda com a família
Pra cidade de Pombal.

Chegou Maria afinal
Em sua nova cidade
Trazendo em seu matulão
Pureza e ingenuidade
Menina moça, simplória,
Sem saber que sua história
Iria à posteridade.

Com sua simplicidade
Jeito manso de falar
Conquistou a vizinhança
E os jovens do lugar
Tornou-se moça prendada
Logo cognominada
De Maria do Ingá.

Mas como é de se esperar
Nas caatingas do sertão
O inverno é variado
Um ano chove, outro não,
Nesse entrevero sofrido
Pombal se ver atingido
Por seca e destruição.

Foi grande a devastação
Que a seca provocara
Lavoura morrendo à mingua
Mato virando coivara
Gente de fome morrendo
E os criadores perdendo
A criação que restara.

Século vinte começara
Terrível, devastador,
Tristeza do pecuarista
Martírio do agricultor
Era grande a migração
Abandonando o sertão
Levando tristeza e dor.

Um futuro promissor
Não se ousava pensar
Vivendo naquela seca
Sem previsão de acabar
Desprovida de alegria
A família de Maria
Então resolve voltar.

Se foi Maria de Ingá
Pra sua terra natal
Deixando desolação
E tristeza sem igual
Na terra que a acolheu
Onde o amor conheceu:
A cidade de pombal.

A riqueza cultural
De um povo, uma região,
Nasce involuntariamente
Cresce e vira tradição
Como lendas que acontecem
Enraizam, permanecem,
Geração a geração.

Um pacato cidadão
De Maria o namorado
Vendo a amada partir,
Se sentindo abandonado,
Chorou tanto de saudade
Que comoveu a cidade
Com seu pranto apaixonado.

Maria virou passado
Mas ninguém a esqueceu
Todos lembravam o conflito
Que o caboclo viveu
Volta o tempo da bonança
Mas da amada a lembrança
Pra sempre permaneceu.

Muita coisa aconteceu
Depois que se foi Maria
Mas a história dos dois
O povo não esquecia
O tempo foi se passando
Idéias foram mudando
E a lembrança não saía.

Passa ano, mês e dia
E a história continuou
Pouco a pouco em nosso estado
A notícia se alastrou
Conduzida por tropeiro
Em todo chão brasileiro
E uma lenda se formou.

Um ilustre senador
Da cidade de Pombal
Sempre contava essa história
Na Capital Federal
Até que um certo dia
Alguém ouvindo dizia:
«Isso dá um musical!»

De forma bem natural
Começou a musicar
Porém não encontrou métrica
Em Maria do Ingá
Mas sempre dentro da norma
Fez a música criar forma
Com o nome de Maringá.

E a maneira de cantar
Embalando as multidões
Mostrando a simplicidade
De um romance dos sertões
Criou asas, foi-se embora,
Seguiu pelo mundo afora
Aquecendo corações.

Virou moda entre os peões
Que cantava a trabalhar
Por ser tema tão dolente
De riqueza singular
Grandeza e simplicidade
Deu nome a uma cidade
Do estado do Paraná.

De Maria do Ingá
Ficou a recordação
Depois que ela se foi
Não voltou mais no sertão.
Onde será que ela andava?
Será que ainda voltava?
Restava a interrogação.

Contrariamente ou não
Vale a pena ressaltar
Paraiba criou fama
Desse episódio pra cá,

Sertão mais considerado
Pombal cognominado
«A Terra de Maringá».

O universalizar
Da lenda, depois canção
Mostra a angústia da seca
E a angústia do coração
Mas também mostra a pureza
No seio da Natureza
Nas terras do meu sertão.

Toda e qualquer região
Tem sua própria cultura
Na fé, no povo, na crença,
Na poesia, na pintura,
Na roça ou civilidade,
Na mentira ou na verdade,
Sempre há boa figura.

Com minha literatura
Gosto muito de contar
As coisas do meu país
De forma bem singular,
Me inspiro em qualquer tema.
E aqui termino o poema
A LENDA DE MARINGÁ. 


por: José Lacerda   (da cidade de Pombal, PB)

Memória bucólica: Praça Raposo Tavares

Não é saudosismo barato, mas que Maringá tinha mais charme e identidade há três décadas, tinha!
Acima, a Praça Raposo Tavares muito harmonicamente arborizada e com a charmosa fonte luminosa ao centro.


Foto:  publicada sem créditos na revista Maringá Ilustrada de 1978 (editor Ludovico Del Guércio / Redator chefe: Altino Borba) - Acervo J. C. Cecilio

sábado, 16 de julho de 2011

Abdução em Maringá - O caso Jardim Alvorada, 1979


Veja em:  http://www.ufo.com.br/artigos/abducao-e-experiencia-genetica-em-maringa-pr  a versão do Caso Jardim Alvorada documentado no livro muito vendido mundo afora:
UFO Abduction at Maringa - The Jardim Alvorada Affair. Escrito por Ademar J. Gevaerd e Wendelle C. Stevens.

Fonte:   Imagens: Report for book:  http://www.galactic-server.com/rune/maringa1.html

Veja mais:
             Blog do Rigon:  http://angelorigon.blogspot.com/2009/01/abduo-em-maring.html
             RPC TV: http://redeglobo.globo.com/rpctv/noticia/2011/05/assista-na-integra-o-episodio-o-et-de-maringa.html

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Novo Lançamento em Maringá: Jardim Alvorada

"Em agosto de 1962 , uma fazenda de 182 alqueires foi dividida em 5.200 datas (lotes  urbanos como são chamados na região) e 450 chácaras, transformando o surto imobiliário dos arranha-céus de preço proibitivo na horizontalidade acessível ao homem da vida média. Paralelamente a esse raciocínio corre o de que a família de residência citadina procura sempre a evasão típica do campo durante o fins de semana e feriados.
Lá estão as chácaras e as datas espaçosas para dar asas ao projeto criador de esplêndidas campestres." 
Assim era descrito o empreendimento da empresa Codal na imprensa maringaense.
 
 Cafezais são erradicados para dar lugar ao enorme loteamento urbano. 
Aqui, o empresário titular da Codal, sr. Lucidio de Held mostra o projeto a um grupo de amigos. 
À direita, enormes filas se formam para a aquisição dos lotes: 230 datas foram vendidas em um só dia!
Em um ato simbólico, jovens filhas de pioneiros plantam novas árvores no "Jardim Alvorada".

Fonte:  Revista NP - Norte do Paraná - 1963 - colaboração: Acervo digital de Marco Deprá
            (Cópia digitalizada de J. C. Cecilio)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Edifício Maria Tereza


O segundo arranha-céu residencial da cidade de Maringá (acima de 10 andares) e o maior até os anos 1970. O Edifício Maria Tereza completa seus 50 anos (desde a expedição do alvará em 1961). Super localizado, tem a melhor vista para o principal monumento da cidade, a Catedral. O prédio conta com 15 andares e 91 apartamentos. Está localizado na Av. Getúlio Vargas, n° 35 (esquina com Av. XV de Novembro).
Acima, anúncio de 1963, com as primeiras lages completadas. A empresa responsável pela construção foi a Cruzeiro do Sul e as vendas foram feitas pela Imobiliária Rotec de Londrina. Ao lado, um cartão postal de 1975, ainda com as cores azul e branco.
Fonte:  Revista NP - Norte do Paraná - Março de 1963.
            Cartão Postal - Av Getúlio Vargas com Catedral - EDICARD, 1975
            Acervo pessoal de J. C. Cecilio


segunda-feira, 4 de julho de 2011

FENEMÊ & Maluf S/A.

Caminhão FENEMÊ (FNM) - provavelmente modelo/ano 1958 - fabricado pela Fabrica Nacional de Motores.
Anúncio de Maluf S/A Importação e Comércio de Auto Peças do empresáro mais famoso de Maringá nos primeiros 20 anos da cidade. Alfredo Moisés Maluf também era proprietário do Posto Santo Antônio, de bandeira Esso, na Praça José Bonifácio.


Fonte:  Revista NP (Norte do Paraná) de março de 1963 - Colaboração: Marco Deprá.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Bar Colúmbia

"A mais moderna confeitaria, bomboniére e sorveteria do Paraná" assim era descrito o famoso Bar Colúmbia que localizava-se na Av. Getúlio Vargas, n° 252 no ponto mais central  de Maringá. Com uma área de 600m2 era o "point" da cidade nas décadas de 1950/60. Ali a elite se encontrava para se deliciarem nos mais requintados confeitos, lanches, drinks, cafés e sorvetes.  A casa pertencia ao segundo ex-prefeito Américo Dias Ferraz.  O grande painel de azulejo/cerâmica "A Colheita de Café" estampava  a parede ao fundo.
Hoje esta interessante obra ainda resiste na mesma parede, porém o imóvel está locado para uma loja de artigos populares "R$1,99" chamado "Mercadão Real" e que está sendo vendida, conforme anúncio na internet. Acho que já passou da hora de começar a preservar o que resta ainda da história viva desta cidade. 



Fonte:   Editora Realizações Brasileiras - Londrina, 1957.  - Acervo J.C. Cecilio

Memória: Inauguração da TV Tibagi Canal 11


Com uma corrida de calhambeques e show de Roberto Carlos, era inaugurada em Apucarana, a quinta emissora de televisão do estado do Paraná: a TV TIBAGI, Canal 11 em dia 26 de julho de 1969.
O Canal 11 estava equipado com os mais modernos equipamentos daquela época, AMPEX RHL e Maxwell nos estúdios de mais de 200m2. Iluminação de quartzo-iôdo e com transmissor de 1kw ERP que alcançava todo o norte do Paraná e parte da região do estado de São Paulo (região de Assis e Marília). Transmitia programas em video-tape da TV Record de São Paulo e muitas séries ícones daquela época, como Terra de Gigantes, Noviça Voadora, James West, entre outras.


Veja mais em: 
http://radiocanela.blogspot.com/2011/03/fotos-tv-tibagi-apucarana.html
http://radiocanela.blogspot.com/2011/04/que-saudade-da-tv-tibagi-de-apucarana.html
http://radiocanela.blogspot.com/2011/03/fotos-da-inauguracao-da-tv-tibagi.html
Fonte: Revista TV Programas de Curitiba, agosto de 1969. 
Acervo de J. C. Cecilio